O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) concluiu o recenseamento de 85,9% dos estabelecimentos agropecuários de Mato Grosso do Sul, de acordo com o balanço parcial do Censo Agro foi divulgado nesta terça-feira (30). O chefe da Unidade Estadual do IBGE, Mario Alexandre Frazeto, classificou os trabalhos como “melhor do que esperava”, sendo que o maior obstáculo enfrentado pelas equipes de recenseadores é a chuva constante.
“Foi priorizada a coleta no Pantanal, pois, sabíamos que ficaria difícil com a chuva e, com isso, seguramos outras áreas. Mas, com a chuva, até outras áreas, como Dourados, acabou tendo dificuldades”, explica.
O último Censo Agro foi realizado em 2007 e, conforme o chefe da unidade do IBGE em Mato Grosso do Sul, a maior mudança, na prática, é a rapidez na obtenção dos resultados. O período de coleta continuou o mesmo – quatro meses-, mas com o sistema em tempo real e de georreferenciamento, é possível acompanhar os locais por onde os recenseadores passaram e se alguma propriedade ficou esquecida.
“Em termos de coleta, é quase o mesmo tempo, mas no último censo, os resultados demoravam dois anos e, agora, em junho já teremos os primeiros resultados. Poderia falar em 50% mais rápido do que há dez anos”, destaca.
Segundo Frazeto, os outros problemas enfrentados na coleta de dados são os estabelecimentos agropecuários que estão com “porteiras fechadas”, nesta época do ano, devido férias dos proprietários e outras cuja os funcionários adequados para dar as informações fazem a administração da propriedade de outro estado brasileiro.
Nestes casos, o IBGE local precisa coletas as informações com a ajuda do IBGE de outros Estados. Os principais estados que acumulam administrados de propriedades que estão localizadas em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Ainda não é possível afirmar o que mudou nos últimos dez anos no perfil de agropecuária do Estado, pois os dados precisam ser analisados pela equipe técnica, além de serem sigilosos, uma vez que grandes produtores rurais não podem ter informações estratégicas disponibilizados de forma individual ao grande público.
Entre o que já é possível divulgar, conforme o IBGE, está a expectativa de aumento dos estabelecimentos agropecuários, passando de 56 mil para 65 mil, expansão da área de cultura permanente, como seringueira e de silvicultura (eucalipto) e a expansão de áreas de cultura temporária, como soja e milho, principalmente nos municípios de Bela Vista, Sidrolândia, Campo Grande e Bandeirantes.
A expectativa é de que o trabalho de coleta de dados seja concluído dentro do prazo, em 28 de fevereiro. Os primeiros resultados devem ser divulgados ao público em junho. A recomendação do IBGE é para caso algum produtor rural não tenha recebido a visita do recenseador, entre em contato para que seja resolvido o problema. Além do Pantanal, as áreas indígenas também são consideradas de difícil acesso. Ambas estão com 80% dos dados coletados.